sexta-feira, 17 de junho de 2011
Polo fármaco precisa agilizar cessão de áreas
O desenvolvimento do polo de Goiana depende da entrega dos terrenos às empresas interessadas no local
Apesar de todo alarde em torno do polo farmacoquímico de Pernambuco, em Goiana, desde o primeiro governo Eduardo Campos, apenas dois empreendimentos contam atualmente com a posse do terreno para tocar o projeto (a Novartis e a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia – Hemobrás). Até o Lafepe Química empresa do próprio Estado e que tem reservados 25 hectares não tem a posse da área.
Para se ter noção da importância dessa etapa burocrática, projetos privados que precisam de financiamento só podem fazer tal solicitação junto aos bancos depois de vencida a etapa do terreno. O presidente da Agência de Desenvolvimento de Pernambuco (ADDiper), Marcio Stefanni órgão que atualmente cuida da divisão do polo farmacoquímico explica que o Estado está finalizando um pacote de projetos definindo a questão dos terrenos. Como é um patrimônio do Governo do Estado precisa ser aprovado pela Assembleia Legislativa. Em alguns casos, apenas a posse do terreno resolve porque a empresa não precisa de financiamento, como foi o caso da Novartis. Já as que precisam usar a área como garantia devem ter a propriedade do terreno, detalha. Como o poder legislativo precisa votar e o recesso parlamentar vai iniciar dentro de 15 dias, apenas no segundo semestre essas questões serão resolvidas e as empresa poderão tocar as obras.
Questionado sobre a demora para viabilizar essa parte que seria inicial de um polo, Stefanni defende o Estado argumentando que, embora muitos dos grupos tenham assinado protocolo de intenções para investir no Estado, há um trâmite mais lento para que cada um deles abra empresa no Estado. O repasse do terreno deve ser feito a um donatário identificado pelo Estado, explica Stefanni.
Estão nessa fila a Vita Derm, o Multilab, o grupo pernambucano Riff, a AC Diagnóstico, o Ionquímica. A Vita Derm, por exemplo, constituiu empresa há cerca de um mês e agora aguarda o terreno para tocar a obra. A gente assina o protocolo, mas não quer dizer que a empresa já está com tudo pronto para começar a construção. Muitas vezes elas mesmas estão analisando o investimento. Depois, é que elas demandam da gente a posse ou propriedade da área, comenta o presidente da AD Diper.
Por ironia, a única empresa privada que já tem a posse é a Novartis, cuja pedra fundamental é de 2009 e até hoje a obra não saiu do lugar, sem haver sequer a definição sobre o valor que será aportado. A expectativa é que em agosto isso seja definido com o início da construção da nova unidade. A Hemobrás, um projeto de R$ 540 milhões, demorou para tocar a obra, principalmente por questões na licitação, mas hoje é a única construção que de fato saiu do papel no polo farmacoquímico.
Até a iniciativa do próprio governo estadual de implantar um unidade industrial do Lafepe não consegue sair do papel e sequer avançou na questão da posse do terreno. Estamos vendo isso. Temos uma comissão técnica para tratar das possibilidades para o uso do espaço. Queremos marcar uma conversa com a AD Diper. Realmente, precisamos identificar o terreno, cercar, colocar alguma marcação. Até para receber algum grupo interessado em ser parceiro e levar até o terreno, reconhece o presidente do Lafepe, Luciano Vasquez.
Com relação a demora na definição do projeto, o gestor relaciona parte da morosidade à crise de 2008 que teria afastado grandes grupo da negociação. A ideia é identificar um parceiro para desenvolver uma planta industrial, com o Estado entrando com o terreno e com a experiência do Lafepe.
Carla Seixas
Jornal do Commercio
Fonte: http://migre.me/54sNc
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